Paternidade - Eu não sou nada, mas sou tudo


Há quem diga que pai é quem cria, e não quem gera. Contudo, no meu caso, eu os gerei e eu os quem crio... E tenho imenso gosto nisso.

Eu não sou nada... Mas sou tudo!

Há um belo paradoxo escondido aqui. Anular minhas vontades e até algumas necessidades para suprir as dos filhos é como tornar-se um nada. Mas a verdade é que isso é ser tudo para mim. 



Além disso, um pai é tudo para os filhos. Em todos os sentidos. Todo filho precisa de um pai, assim como todo vagão precisa da locomotiva que puxa e leva a fim de seguir no trilho do percurso.

Aqui existe um fator, que caso o vagão esteja sem a sua respectiva locomotiva, outras locomotivas podem o puxar. O vagão pode ter sorte de ser puxado por uma locomotiva que ande devagar e que tenha cuidado ao trilhar o caminho. E pode haver casos que alguns vagões não tenham a mesma sorte. Um vagão sem a sua locomitova, fica vulnerável. Posso estar enganado, mas estatisticamente está provado que um filho sem pai, tem muito mais probabilidade de se "puxado" pelas drogas, pelas más companias e problemas sérios de caráter. 



Ser pai pegou meu ego pelos pés, arrastou-o, chacoalhou-o, bateu-o com força no chão repetidamente, de um lado para o outro e chutou minha bunda  (desculpe a palavra) para muito, muito longe. Não foi a vida e não foi a idade que me mudou. O que tem me mudado constantemente são os meus filhos. Tenho que ser produto do que eu ensino para eles.
Para os filhos, os pais, sempre se encontram em uma posição errada. Mas o mesmo acontecerá aos filhos caso algum dia, se tornem pais. Perceberão que os jogos, filmes, músicas e qualquer outro fato de sua época, era sempre melhor. E isto, tentará colocar na cabeça de seus filhos. Um ciclo ao qual não encontrará fim.


Meu pai 

Como posso definir o meu PAI?
Primeiro que se eu tivesse medo de homem, eu não olhava na cara do meu pai!
Um cabra-macho, homem de verdade, homem de palavra, moral, caráter, inteligência e sabedoria. O silêncio dele é pura sabedoria! Descobri isso a pouco tempo (rs).
Como definir “O cara” que esteve presente quando pela primeira vez eu abri os olhos nesse mundo?
“O cara” que me fez enxergar o mundo nos seus mais variados ângulos.
"O cara” que diz: observe, aprenda e faça você mesmo.
"O cara" que me ensinou que ser homem não é uma questão de nascimento, mas sim de decisão.
"O cara" que nunca me impôs nenhum caminho a ser seguido, mas que mostrou que toda decisão resulta em uma conseqüência. Me ensinou que nada cai do céu e que o trabalho honesto edifica o homem...
"O cara" que diversas vezes brigou, questionou e desaprovou atitudes que tomei em alguns momentos e resumia as suas ações com uma simples frase: Faço isso pro seu bem.
"O cara" que nos momentos de dificuldades não passou a mão na minha cabeça, ao invés disso, me fez relembrar quem eu sou e o poder que tenho para superar obstáculos.
"O cara" que se sacrificou e renunciou os seus próprios sonhos, diversas vezes, para que eu pudesse realizar os meus.
“O cara” que não importa onde eu esteja ou como eu esteja, ele sempre estendeu a mão para mim.
"O cara" que me resgatou diversas vezes em situações vergonhosas para ele próprio, mas sempre esteve lá pra me buscar e me fazia chorar só pelo seu olhar...
“O cara”, “Meu herói”, Meu amigo"... “MEU PAIZÃO”. Quem tem ou teve a chance de ter alguém assim ao lado sabe o que eu to dizendo, afinal de contas ser pai não é apenas gerar vidas, é amar incondicionalmente. Eu agradeço a Deus porque sou filho "DO CARA"!


Platão dizia que existem três tipos de homens: os mortos, os vivos e os que andam no mar. Os homens do mar não são pessoas comuns, de fato se diferem dos demais por seus hábitos, sua linguagem e principalmente por estórias e pela solidão que carregam. Solidão essa que acarreta o exercício do pensar, da obstinação, da persistência, da fé, da paciência e isso forja o caráter do marinheiro com sol forte e maresia! Enquanto houver um mar para navegar, lá estará ele, o marujo audaz que nada teme (nem mesmo a morte), a não ser a própria solidão do mar azul por ele singrado e que, diferentemente dos vivos que temem a morte e dos mortos que não reclamam da solidão, caminham entre as vagas e lembranças saudosas do homem do mar plenamente identificado com a sua sina e que, ao entardecer, encostado à amurada do navio sente no fundo da sua alma navegante, os versos de Castro Alves: "mas, como espumas flutuantes levam, boiando nas solidões marinhas, a lágrima saudosa do marujo... Possam eles, ó meus amigos! - efêmeros filhos de minh'alma - levar uma lembrança de mim às vossas plagas!" Paizão, meu eterno herói, agora navega no difícil mar espiritual, resgatando os náufragos espirituais! Mentor, amigo fiel, mestre, conselheiro, fonte e referência! Meu amor por ele transcende a morte e todos depois de mim, saberão quem é o bom e velho lobo do mar, Henrique de Azevedo Guimarães! 

Pai é qualquer um que queira o bem de outrem.

1. Não poderia deixar de falar da paternidade da minha mãe. Sei que a presença masculina é extremamente importante, entretanto em alguns casos isso não é possível. E a mãe sábia consegue exercer este papel. Mãe é polivalente. Amor de mãe é o único de perdura para sempre, haja o que houver. A minha mãe exerceu a paternidade várias vezes. Que homem ela sairia... Inúmeros conselhos, puxão de orelha e muita presença na ausência do meu pai. Ela foi uma grande fortaleza no sentido de proteção na minha vida. A amo mais que a minha própria vida.

2. Meu sogro fez um grande papel de pai para mim. Durante os anos que eu morava no Brasil, quem me chamava lá no banquinho da churrasqueira para conversar era ele. Um cara calmo, tranquilo, amoroso e bastante assertivo. Sabia me levar, me ensinar e me corrigir como um pai. Através dele pude enxergar vários comportamentos errôneos que eu levava. Ele ainda é um grande pai para mim.

3. Pai pode também ser o irmão mais velho cuidando dos irmãos menores. Não estou inserido nesse contexto de ter um irmão mais velho porque sou o mais velho entre meus irmãos de sangue. Mas posso falar tranquilamente que em várias ocasiões, meu irmão e minha irmã, que são mais novos, exerceram, pelo menos uma vez, o papel de pai na minha vida. Eles foram extremamente sábios nestas ocasiões.

4. Tenho uma lista de cinco amigos que fazem até hoje papel de pai na minha vida. Além de ser preocuparem comigo, ficam satisfeitos com os meus bons resultados e também me exortam falando a verdade quando algo não está correto.


2 comentários:

  1. Lindo texto, Romão, vc expressou, muito bem, o que é ser pai e sua importância para o ser humano. Adorei.. Tia Zeca

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