Vergonha







Ao contrário do que muitos acreditam, não basta assumir uma culpa para nos vermos livres dela… como se a exibição isentasse de qualquer castigo.
Só há culpa depois de uma escolha, nunca antes. A vergonha só faz sentido depois de uma escolha má, e apenas na proporção da falta e das possibilidades de a ter evitado. Uma ação será tanto mais vergonhosa quanto maior for o mal que provoque e mais fácil tivesse sido evitá-lo.
A vergonha coloca quem a sente entre o vazio de uma solidão remota e a confusão de um caos sem sentido. Um isolamento diante de uma multidão imaginária de gente que aponta e grita acusações tremendas como se fossem verdades. Mesmo que as fossem. Uma vez a vergonha adquirida, já está assumido, intrinsecamente, a culpa. É pena não ser todos a perceber tal fato.
E existe muita diferença ente uma pessoa orgulhosa e uma pessoa envergonhada. A primeira não sente, não muda e nem sequer se lamenta. Já a segunda, morre viva a remoer tal situação e a tentar reviver, constantemente, o que deveria ter evitado.

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