O devaneio é o Cetro do Poeta





Flutua, voa, espairece e carece.

Submerge, ondula e flui.

Reina, plácido, entre os aromas e os cânticos eternos dos poemas.

Mente, esbraveja subversões em lampejos que mais parecem cometas siderais.

O devaneio é o cérebro incondicional do poeta, o coração, as tripas, os pulmões extracorpóreos.

E o poeta, triste, da cor só-limão, caminha por entre as imaginações e concebe um mundo antimundo: nem matéria, nem resultado do big-bang, nem overdose ficcional, nem síntese apocalíptica.

Com o cetro na mão, imperador dos reinos metafísicos, caçador de sensações, flutua, enlanguesce, desnuda-se, contradiz-se e sofre, principalmente pela palavra errada.

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