Em qual papel você se encaixa?


Há uma série de jogos e papéis que são padrões comuns nas relações humanas. Não há qualquer restrição de sexo e idade. Qualquer um pode jogar um ou mais desses jogos e há aqueles nos quais nos tornamos peritos.Todos eles mascaram e distorcem a verdade sobre o que temos de melhor para compartilhar: nós mesmos.

O SEMPRE CERTO: Essa pessoa raramente perde uma discussão. Mesmo quando as evidências se voltam contra ela, ainda assim consegue respeito por sua posição. Não escuta bem as outras pessoas e parece que não espera aprender grande coisa com elas. Basicamente, sua auto-estima está ameaçada. Seu dogmatismo é o que Freud chamou de “formação reativa”. Ela age com o dobro de segurança para se defender das dúvidas desmoralizadoras que se agitam em seu inconsciente e tendem a minar sua certeza. Seu comportamento indica o oposto do que parece ser verdade. Ela tem dúvidas profundas e inconscientes sobre si mesma e sobre suas opiniões.

O TODO CORAÇÃO: acredita-se que também aqui a formação reativa é responsável pela preocupação excessivamente amável e sentimental da pessoa. É uma compensação inconsciente por suas tendências cruéis. Todos nós temos inclinações cruéis algumas vezes, mas essa pessoa fica especialmente amedrontada com isso.Um dado importante sobre a compensação é que, uma vez iniciada, quase sempre resulta em supercompensação. Por alguma razão, a programação dessa pessoa tornou-a incapaz de entrar em contato com ela mesma e de admitir suas inclinações hostis; assim, ela gasta a maior parte de sua energia negando a verdade que não pode admitir. É provável que ela seja excessivamente carinhosa com animais, sentimental e indulgente com as crianças, demonstrando afeto e amabilidade em excesso.

O CORPO BONITO: em geral, a vaidade física é uma compensação para um sentimento corrosivo de inferioridade. A pessoa que usa esse papel, busca no espelho da parede e nos olhos dos outros o seu próprio reflexo, por não conseguir encontrar consolo mais profundo. Há uma tristeza que paira sobre esse tipo de vaidade. Num extremo, essa pessoa se identifica com o seu corpo. Ela responderia à questão: “O que você é?” da seguinte forma: “Eu sou bonita!”. E se ela pudesse ser honesta e aberta, acrescentaria: “... nada além disso, apenas bonita”.

O VALENTÃO: é uma tentativa infantil da pessoa de reivindicar sua superioridade sobre os outros. É uma das várias manifestações de um desenvolvimento emocional interrompido. O valentão é, em geral, um “brigão” também, se a situação permitir. Ele quer dominar os outros, seja com palavras ou com a força física, se ele se sentir seguro para isso. Essa manifestação indica ausência de auto-estima. Ele quer se sentir importante e não descobre qualquer coisa em si próprio para satisfazer essa necessidade. Algumas vezes lhe perguntamos: “A quem você está querendo convencer, a nós ou a você mesmo?” A resposta é: a ambos.

O PALHAÇO: ele está , como a maioria das pessoas, buscando algum tipo de reconhecimento e atenção. O triste é que ele pensa que a única maneira de se fazer notado é bancando o bobo para os outros. Mais sério do que isso, é que ele pode se identificar com seus atos e tentar fugir da realidade sem levar nada a sério. Fazer palhaçada é às vezes um artifício para escapar. O palhaço não sabe lidar consigo mesmo numa situação séria, nem sabe reagir à tristeza; assim, adota uma atitude de alegria irresponsável. Na convivência com os outros, suas palhaçadas servem como uma máscara de defesa para evitar que os outros saibam quem ele é, realmente. Prefere rir e fazer graça do que enfrentar as sérias realidades da vida.

O COMPETIDOR: deve vencer qualquer coisa que faça. Transforma tudo em situações de ganhar ou perder. A vitória que busca, muitas vezes às custas dos outros, pode ser fruto de privação emocional ou de falta de aprovação em sua vida passada. A insegurança resultante o leva a questionar seu valor e está sempre tentando provar sua importância através de competição e rivalidade. Sua necessidade de reconhecimento intensifica seu impulso de progredir. Ele se sente hostil diante de qualquer pessoa que pensa estar em seu caminho, ou que pode estar querendo superá-lo. Mais cedo ou mais tarde, será dominado por um senso de fracasso, pois sua ânsia de vitória se torna cada vez mais voraz. Ao final, ele não consegue provar sua superioridade e termina frustrado. Seu problema básico é que não consegue distinguir entre pessoa e suas realizações, entre ser e ter.

O CONFORMISTA: esse jogo se chama “paz a qualquer preço”, e o preço é abandonar toda a individualidade em função dos outros. Isso começa, no geral, com alguma autoridade. 

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